Efeitos da crioterapia na adequação tônica membro superior hemiparético
pós Acidente vascular encefálico
Effects of fitness in cryotherapy emphasis
member top post hemiparetic stroke
Efeitos da crioterapia na adequação tônica
Stéfanie Saccomam Freitas Guimarães(1),
Carly de Faria Coelho(2), Luciana Barcala Carruba(3)
1- Pós-graduanda,
Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (SOBRATI), São Paulo (SP), Brasil.
²- Discente do curso de Fisioterapia, Universidade
Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo (SP), Brasil.
³- Doutora em Ciências Biomédicas ,
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo
(SP), Brasil.
Autor Correspondente:
Stéfanie Saccomam Freitas Guimarães –
e-mail: stefaniesaccomam@yahoo.com.br
Rua Jorge Amado, 170 – Parque Piratininga –
Itaquaquecetuba – SP.
Resumo
Introdução: Após o acidente vascular
encefálico, mais de 80% dos sobreviventes apresentam hemiparesia associada à fraqueza
muscular. É citada como uma importante deficiência, responsável pela redução do
uso funcional do membro superior parético. A espasticidade, alteração do tônus
muscular causada por lesão no moto neurônio superior, está presente em grande
parte dos pacientes que sofrem AVE, causa resistência à mobilização dependente
da velocidade, proporcionando ao indivíduo alterações motoras significativas,
que acarretam a dificuldade da movimentação, limitando as atividades de vida
diária, principalmente nas tarefas manuais. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo comparar a evolução
do tratamento de pacientes hemiplégicos com o uso de crioterapia antes da
realização dos exercícios cinesioterapêuticos. Método: Dentre os recursos existentes na fisioterapia como
tratamento da espasticidade, será utilizada a técnica de crioterapia, que consiste
no uso do frio para promover o relaxamento do local a ser tratado e permitir o
exercício ativo progressivo sem dor e com boa amplitude de movimento. No caso
de pacientes acometidos por AVE, a crioterapia poderá diminuir a atrofia
muscular, pois pode adequar o tônus para a realização do movimento. Resultados: Após avaliações todos os
pacientes aumentaram o seu nível de independência funcional, tanto pela escala
de Fugl-Meyer e pela Medida da Independência Funcional, com o tratamento fisioterapêutico
associado ao uso do gelo. Conclusão: Novas
pesquisas poderão comprovar a eficácia do gelo na redução da espasticidade em
pacientes pós-AVE.
Palavras chave: acidente vascular
encefálico, hemiparético, exercício ativo, crioterapia, espasticidade
Abstract
Introduction: After stroke , over 80 % of survivors have
hemiparesis associated with muscle weakness . It is cited as a major deficiency
, responsible for reducing the functional use of the upper limb . Spasticity ,
changes in muscle tone caused by injury to the upper moto neuron is present in
most patients who suffer strokes , cause resistance to mobilization speed
dependent , the individual providing significant motor changes , which lead to
the difficulty of movement , limiting activities of daily living , especially
in manual tasks . Objective: This
study aims to compare the evolution of the treatment of hemiplegic patients
using cryotherapy before the exercises cinesioterapêuticos . Methods: Among the resources in
physical therapy as a treatment for spasticity , will be used cryotherapy
technique , which consists in the use of cold to promote relaxation of the area
to be treated and allow progressive active exercise without pain and with good
range of motion . In the case of patients suffering from stroke , cryotherapy
may reduce muscle atrophy , it can adjust the tone to achieve the motion. Results: After reviews all patients
increased their level of functional independence , both the Fugl- Meyer and the
Functional Independence Measure , with physical therapy associated with the use
of ice. Conclusion: Further research
may prove the efficacy of ice in reducing spasticity in post-stroke patients .
Keywords : stroke , hemiparesis , active exercise ,
cryotherapy , spasticity
I. INTRODUÇÃO
Acidente Vascular Encefálico
(AVE) pode ser definido como uma deficiência neurológica focal, súbita e não
convulsivante resultante da restrição ou extravasamento da irrigação sanguínea
ao cérebro, que pode provocar lesão celular e alterações nas funções
neurológicas. A extensão e gravidade da lesão dependem das áreas. As causas
mais comuns para interrupção do fluxo sanguíneo no sistema nervoso central é
embolismo, aneurismas e trombos. Hemorragias também podem ser fatores
resultantes para lesão neurológica.(1)
Uma das seqüelas mais
importantes do AVE é a dificuldade na realização dos movimentos, que está
relacionada à espasticidade ou aumento
do tônus muscular. Dependendo da gravidade das seqüelas apresentadas, esses
indivíduos têm comprometido seu nível de independência funcional nas atividades
cotidianas, tais como alimentar-se, tomar banho, usar o toalete, vestir-se,
deambular, deitar-se e levantar-se, necessitando de auxílio de outra pessoa
para a realização nas atividades de vida diária (AVD’S).(2)
Segundo estudos, a hemiparesia
é uma seqüela resultante de uma lesão nos neurônios motores superiores, tendo
como conseqüência um recrutamento inadequado dos neurônios motores inferiores.
Os déficits de movimento são evidentes no membro contra lateral ao lado da
lesão hemisférica e são caracterizados por fraqueza de músculos específicos,
tônus muscular e ajustamento postural anormal e perda da coordenação
intrarticular. (3)
A espasticidade é um dos
distúrbios motores mais frequentes e incapacitantes observados nos indivíduos m
lesão do sistema nervoso central, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.
Esta é definida por um aumento com velocidade dependente, do tônus muscular
associada à exacerbação dos reflexos profundos causados pela
hiperexcitabilidade do reflexo de estiramento, se enquadrando dentro da
síndrome do motoneurônio superior. (4)
A fisiopatologia da espasticidade ainda não é
completamente esclarecida. Supôs-se por muito tempo que o aumento dos reflexos
de estiramento na espasticidade era resultado da hiperatividade dos neurônios
motores gama. No entanto, experimentos recentes lançam dúvidas sobre tal
explicação. Ainda que a hiperatividade gama esteja presente em alguns casos,
mudanças na base de neurônios motores alfa e de interneurônios são
provavelmente mais importantes. (6,10)
A base patológica
fundamental da espasticidade sustenta-se na perda ou desestruturação dos
mecanismos de controle supra-espinhal, que regulam os mecanismos espinhais e
seus correspondentes arcos reflexos. Todos os elementos que intervém nestes
arcos recebem uma dupla influencia supra-espinhal descendente, ativadora ou
inibidora, neurônios sensitivos primários, interneurônios excitadores ou
inibidores, células de Renshaw e moto neurônios. Em conseqüência aparece um
exagero dos reflexos polissinápticos ou uma redução na atividade das vias de
inibição pós-sinápticas e nos mecanismos de inibição pré-sináptico, tão
importantes para manter os processos de inibição recíproca, recorrente e
autógena. É um fator que trás sérias conseqüências ao paciente, como
contraturas e deformidades, que irão afetar o desenvolvimento das habilidades
funcionais. Clinicamente pode manifestar-se por hipertonicidade,
reflexos osteotendinosos exacerbados, sinal do canivete e por vezes clônus
predominando em alguns grupamentos musculares agonistas, especialmente nos
antigravitários, resultando em alterações nas características mecânicas e
funcionais dos músculos.(7,13)
A espasticidade nos
membros superiores predomina nos músculos flexores, com postura em adução e rotação
interna do ombro, flexão do cotovelo, pronação do punho e flexão dos dedos.(8,19,20)
O comprometimento do
alcance e da preensão é considerado o principal e mais comprometedor déficit
motor encontrado nos hemiplégicos, pois são de extrema importância para
praticamente todas as atividades de vida diária.(9,3)
Normalmente, os ângulos
das articulações do ombro e cotovelo se alteram de uma forma sutil e em ritmo
sincronizado, buscando produzir um movimento suave de alcance, com uma
trajetória consideravelmente reta. As trajetórias de movimentos observados em
pacientes com seqüela neurológica são frequentemente caracterizadas pela perda
do acoplamento coordenado entre músculos e articulações sinérgicas.(10,13)
Na avaliação fisioterapêutica de indivíduos com sequela
de AVE, devem ser incluídos instrumentos que sejam capazes de verificar o
desempenho na realização das AVDs. Das variáveis maneiras de avaliar os membros
superiores a Escala de Fugl-Meyer (EFM) e Medida de Independência Funcional
(MIF) podem ser utilizadas a fim de avaliar a funcionalidade do membro superior
hemiparético. A EFM é um sistema de pontuação
numérica acumulativa que avalia seis aspectos do paciente: a amplitude de
movimento, dor, sensibilidade, função motora da extremidade superior e inferior
e equilíbrio, além da coordenação e velocidade, totalizando 226 pontos. Uma
escala ordinal de três pontos é aplicada em cada item: 0- não pode ser
realizado, 1- realizado parcialmente e 2 – realizado completamente. Esta escala
tem um total de 100 pontos para a função motora normal, em que a pontuação
máxima para a extremidade superior é 66. A avaliação motora inclui mensuração do
movimento, coordenação e atividade reflexa de ombro, cotovelo, punho, mão,
quadril, joelho e tornozelo. Fugl-Meyer et al. determinaram uma pontuação de
acordo com o nível de comprometimento motor, em que menos que 50 pontos indicam
um comprometimento motor severo; 50- 84 marcante; 85-95 moderado; e 96-99 leve.(17)
A Medida de Independência
Funcional (MIF) é um instrumento de avaliação da incapacidade de pacientes com
restrições funcionais de origem variada, tendo sido desenvolvida na América do
Norte na década de 1980. Seu objetivo primordial é avaliar de forma
quantitativa a carga de cuidados demandada por uma pessoa para a realização de
uma série de tarefas motoras e cognitivas de vida diária. Entre as atividades
avaliadas estão os autocuidados, transferências, locomoção, controle
esfincteriano, comunicação e cognição social, que inclui memória, interação
social e resolução de problemas. Cada uma dessas atividades é avaliada e recebe
uma pontuação que parte de 1 (dependência total) a 7 (independência completa),
assim a pontuação total varia de 18
a 126. Estão descritos dois domínios na MIF, o motor e o
cognitivo.(19)
Por não existir um
tratamento de cura definitiva, o tratamento fisioterapêutico em indivíduos que
apresentam musculatura espástica deve estar inserido dentro de um programa de
reabilitação baseado em sua evolução funcional, com enfoque multifatorial
visando à diminuição da incapacidade.(5)
Os primeiros relatos sobre
o uso local do gelo e seus efeitos terapêuticos são de Schaubel (1946), nos
Estados Unidos, onde é citada a monografia de Fay e Henny, citados por Schaubel
(1946), em que o gelo é utilizado no tratamento da dor em tumores metastáticos
e de Krieg, citado por Schaubel (1946), que observou redução do uso de
analgésicos em pacientes operados, assim como menor desconforto com o uso
tópico do gelo. Descreve citação de Allen, citado por Scbaubel (1946), que realizou
o primeiro trabalho experimental para investigação dos efeitos do gelo no
metabolismo, com redução da temperatura local, no reimplante de pata do animal
traumatizado, reduzindo o risco de gangrena e choque. Hipócrates
usava gelo ou neve antes de iniciar uma cirurgia e que Dominique Jean Larrey
(médico de Napoleão Bonaparte) realizava, em soldados, amputações menos
dolorosas em temperaturas abaixo de zero grau.(6)
A crioterapia no
tratamento da espasticidade tem como objetivo principal de reduzir a tensão
visco-elástica mioarticular e facilitar a função neuromuscular. O efeito
fisiológico do frio é a redução da atividade do fuso muscular, junção
neuromuscular e nervos periféricos. O gelo reduz a atividade do fuso muscular
porque eleva seu limiar de disparo, fazendo com que a estimulação aferente
diminua. Este é um recurso de grande valor, quando aplicada
previamente a cinesioterapia, uma vez que o efeito de relaxamento que é
conseguido com o resfriamento perdura por aproximadamente entre 30 minutos e 2
horas. Neste intervalo, o fisioterapeuta pode executar exercícios
cinesioterapêuticos, proporcionando ao paciente uma maior amplitude para
movimentar-se livre do padrão espástico.(7)
A aplicação de frio aos tecidos envolve a
transferência de energia térmica para fora dos tecidos, sendo, portanto, parte
da terapia. As indicações mais comuns são o tratamento do espasmo muscular, dor
decorrente da lesão, redução do sangramento e edema. Frequentemente o frio é
utilizado na redução da espasticidade muscular. O gelo inicialmente aumenta a
descarga fusal e a diminui em seguida, por isso não deve ser utilizado de forma
breve. O gelo diminui o tônus e conseqüentemente os padrões anormais, que é um
dos fatores importantes de interferência no prognóstico de tratamento.(5)
II. Objetivo
O objetivo do estudo foi avaliar
o efeito da crioterapia na adequação do tônus muscular a fim de proporcionar
mobilidade funcional do membro superior de pacientes em recuperação após o
acidente vascular encefálico. Constatar o efeito do tratamento fisioterapêutico
com a intervenção de crioterapia, que poderá proporcionar resultados positivos
na adequação do tônus e realização das atividades funcionais.
III. Método
Este foi um estudo
observacional do tipo qualitativo e quantitativo, realizado na Clínica Escola
de Fisioterapia da Universidade Nove de Julho, em São Paulo ; após sua
aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa cm seres humanos, sob protocolo
número FR. 420165. O critério de inclusão no estudo foi de indivíduos que
sofreram AVE, portadores de espasticidade em membros superiores (MMSS) e foram
recomendados ao tratamento fisioterapêutico. Os
membros superiores afetados poderiam ser ou não os MMSS dominantes.
Foram utilizadas bolsas de
gelo, toalhas e fichas de avaliação contendo dados pessoais, sendo que não foi
arrecadado nenhum ônus dos participantes. Toda verba necessária para o
desenvolvimento da pesquisa foi de responsabilidade dos pesquisadores.
Após a triagem e seleção
dos pacientes, foram escolhidos para pesquisa 10 pacientes, e todos estavam de
acordo com o Termo de consentimento Livre e Esclarecido; os mesmos foram submetidos
a 10 sessões de crioterapia associada ao tratamento fisioterapêutico
convencional.
Na avaliação inicial, os
pacientes submeteram-se a duas avaliações distintas: Escala de Fugl-Meyer (EFM)
e Medida de Independência Funcional (MIF), a fim de avaliar a funcionalidade do
membro superior hemiparético.
A análise dos resultados
foi por meio do software Grap PadInstat,
comparando resultados pré e pós intervenção proposta.
IV. Resultados
Os dez pacientes foram
igualmente submetidos às avaliações por meio de escalas funcionais validadas,
sendo a MIF e Fugl Meyer. Após as avaliações iniciais seguiram-se as sessões de
tratamento fisioterapêutico associados à crioterapia. Os pacientes receberam
compressas com bolsas de gelo por 20 minutos nas articulações de ombros,
cotovelos e punhos hemiplégicos; em sequencia realizaram os exercícios
cinesioterapêuticos nos movimentos de flexão e extensão de ombros, cotovelo,
punho e dedos, treino de AVDS. Todos os exercícios estimulavam as AVD’S e o
ganho de ADM do membro superior afetado pela espasticidade.
No decorrer dos
atendimentos pode-se perceber o aumento da facilidade em executar os movimentos
ativos dos MMSS, isso pode ser visualizado nos gráficos comparativos das duas
escalas avaliadas. Todos os pacientes apresentaram aumento do escore das
escalas de Fughl-Meyer, bem como Medida da Independência Funcional.
Ao final das 10 sessões de
fisioterapia os pacientes realizaram novas avaliações com o objetivo de
comparar os resultados de ambos da evolução clínica através da associação do
uso da crioterapia à terapia convencional. Os resultados obtidos pré e
pós-intervenção foram organizados em dois gráficos.
A análise estatística
apresenta resultado significativo em ambas as escalas: MIF (p<0 a="" e="" fugl-meyer="" nbsp="" o:p="" p="">0>
De acordo com o resultado
apresentado a eficácia da crioterapia pode ser mais uma vez comprovada como
recurso auxiliar do tratamento cinesioterapêutico; conforme dados estatísticos.
É ideal que novas pesquisas comprovem a eficácia da crioterapia como recurso
auxiliar no tratamento fisioterapêutico para espasticidade.
V. Discussão
Dentre as complicações
causadas pelo AVE destaca-se a espasticidade, um desequilíbrio da atividade
muscular decorrente da liberação de arcos reflexos intactos do controle do
sistema nervoso central, causando hipertonicidade, reflexos hiperativos de
estiramento e clônus, interferindo na qualidade de vida do paciente. A crioterapia
é a utilização do frio com fins terapêuticos. Com o resfriamento prolongado, há
diminuição da atividade do fuso muscular por aumentar seu limiar de disparo, a
neurotransmissão de impulsos, tanto aferente como eferente é diminuída.(21)
A função normal do membro
superior inclui a capacidade de alcance direcionado, preensão e manipulação de
objetos. Tais componentes formam a base da capacidade motora requerida para a
realização das atividades de vida diária (AVD) com eficiência.(22)
A espasticidade nos membros
superiores predomina nos músculos flexores, com postura em adução e rotação
interna do ombro, flexão do cotovelo, pronação do punho e flexão dos dedos.(20)
O comprometimento do
alcance é considerado um dos principais e mais comprometedores déficits motores
encontrados nos hemiplégicos, pois é de extrema importância para praticamente
todas as atividades de vida diária.(20,22)
Os ângulos das
articulações do ombro e cotovelo se alteram de uma forma muito sutil e em ritmo
sincronizado, buscando produzir um movimento suave de alcance, com uma
trajetória consideravelmente reta. As trajetórias de movimentos observadas em
pacientes com sequela de AVE são frequentemente caracterizadas pela perda do
acoplamento coordenado entre músculos e articulações sinérgicas. Segundo MCCREA
et al (2002) uma vez que um alvo é definido, é gerado um padrão de ativação
muscular que é utilizado para dirigir o músculo agonista.(21,22)
O SNC adapta o controle do
feedback no membro plégico com o intuito de promover uma correção dos desvios
da trajetória desejada, porém, a movimento do alcance continua sendo mais
segmentado e menos simétrico do que em um membro saudável.(22)
A espasticidade é
evidenciada pelo grau de excitabilidade do fuso muscular que depende
fundamentalmente da velocidade com que os movimentos são feitos. Portanto, os
movimentos lentos têm menor possibilidade de induzir a hipertonia espástica. Da
mesma forma, os alongamentos músculo-tendinosos devem ser lentos e realizados
diariamente para manter a amplitude de movimento e reduzir o tônus muscular.
Exercícios frente a grande resistências podem ser úteis para fortalecer
músculos débeis, mas devem ser evitados nos casos de pacientes com lesões
centrais, pois nestes se reforçarão as reações tônicas anormais já existentes e
consequentemente aumentará a espasticidade.(20)
Na avaliação
fisioterapêutica de indivíduos com sequela de AVE, devem ser incluídos
instrumentos que sejam capazes de verificar o desempenho na realização das
AVDs. Existem vários métodos de medida para avaliar os níveis de independência
desses pacientes. Os instrumentos que avaliam a capacidade funcional são
aqueles que medem itens de assistência do indivíduo em aspecto quantitativo,
fornecendo informações sobre a qualidade ou a melhora da função do indivíduo. A
Medida de Independência Funcional (MIF ou FIM, tradução do original Functional
Independence Mesure) é provavelmente o mais amplo instrumento para mensurar
capacidade funcional. É um instrumento recente, preciso e universal para
avaliar as funções superiores, sendo um indicador de base da importância da
incapacidade, que pode ser modificada durante a reeducação/readaptação; logo,
as modificações da MIF demonstram os efeitos ou os resultados do programa de
reabilitação.(2)
Outra mensuração do
comprometimento motor e sensorial seguido ao AVC, conhecida como Escala de
Avaliação de Fugl- Meyer (EFM) foi desenvolvida e introduzida, em 1975, por
Fugl-Meyer. Esta escala foi o primeiro instrumento quantitativo para mensuração
sensório-motora da recuperação do AVC e é, provavelmente, a escala mais
conhecida e usada para a pesquisa e/ou prática clínica.(19)
A EFM foi essencialmente
desenvolvida com base nos métodos descritos, anteriormente, por Brunnstrom e
Twitchell os quais descreveram as sequências específicas da recuperação motora
em pacientes pós-AVC, caracterizando o desempenho e as mudanças no
comprometimento motor.(19)
As medidas propostas na
EFM são baseadas no exame neurológico e na atividade sensório-motora de membros
superiores e inferiores, buscando identificar a atividade seletiva e padrões
sinérgicos de pacientes que sofreram AVC. Esta escala foi construída seguindo a
hipótese que a restauração da função motora nos pacientes hemiplégicos segue um
curso definido. Assim, para um paciente com hemiparesia, a volta dos reflexos
precede a ação motora voluntária, seguida por completa dependência de
sinergias, e o movimento ativo aparecerá sucessivamente menos dependente de
reflexos e reações primitivas.(19)
Finalmente a completa
função motora voluntária com reflexos motores normais pode ser alcançada. A EFM
é um sistema de pontuação numérica acumulativa que avalia seis aspectos do
paciente: a amplitude de movimento, dor, sensibilidade, função motora da
extremidade superior e inferior e equilíbrio, além da coordenação e velocidade,
totalizando 226 pontos.(19)
O tratamento fisioterápico
tem como metas, em resumo, preparar para uma função, manter as já existentes ou
aprimorar sua qualidade, através da adequação da espasticidade.(20)
Dentre os diferentes
métodos fisioterápicos existentes para o tratamento da espasticidade sobressai
o método neuroevolutivo (Bobath). Outras alternativas que podem ser utilizadas
para reduzir a espasticidade seriam a aplicação de calor e frio durante
períodos prolongados e massagens rítmicas profundas, aplicando pressão sobre as
inserções musculares.(20)
A crioterapia no
tratamento da espasticidade tem o objetivo principal de reduzir a tensão
visco-elástica mioarticular e facilitar a função neuromuscular.(4)
O termo crioterapia é utilizado
para descrever a aplicação de modalidades de frio que têm uma variação de
temperatura de 0°C
a 18,3°C. É aplicada de três formas. O resfriamento conectivo envolve o
movimento de ar sobre a pele e é raro seu uso terapêutico. O resfriamento
evaporativo resulta quando uma substância aplicada à pele usa a energia térmica
para evaporar, diminuindo assim a temperatura da superfície. O resfriamento
condutivo usa a aplicação local de frio e, à medida que o calor do objeto mais
elevado (corpo) é transferido para o objeto mais frio, há um decréscimo na
escala de temperatura. Desta forma, respostas locais e sistêmicas são geradas.(4)
Os efeitos fisiológicos do
frio o tornam superior ao calor para a dor aguda de condições inflamatórias,
para o período imediatamente após o trauma do tecido e para tratar o espasmo
muscular e tônus anormal. A velocidade de condução do nervo periférico, tanto
fibras mielinizadas grandes quanto em fibras desmielinizadas pequenas, diminui
2,4m por °C de resfriamento. Como resultado, a percepção da dor e a
contratilidade do músculo diminuem. Receptores periféricos tornam-se menos
excitáveis. A resposta do fuso muscular ao alongamento diminui; como resultado,
o espasmo muscular também diminui.(4,5)
O fluxo sangüíneo local é
reduzido inicialmente, assim como o edema local, a resposta inflamatória e a
hemorragia. Entretanto, a aplicação do frio por períodos maiores que 15 minutos
resulta em aumento do fluxo sangüíneo. Esse mecanismo de proteção traz sangue
de temperatura para a superfície e impede a lesão do tecido resultante de
resfriamento prolongado. Atividades celulares metabólicas desaceleram. As
necessidades de oxigênio da célula diminuem.(4,6,7)
No metabolismo celular, a
crioterapia age tornando mais lento o ritmo das reações químicas que ocorrem
como parte do metabolismo tecidual. O frio também age inibindo a liberação de
histamina, evitando assim a formação de grande edema no local de lesão.(4,8,9)
Na inflamação, a
crioterapia atua prevenindo o extravasamento sangüíneo, levando a uma menor
quantidade de fibrinas e a uma menor síntese de colágeno, minimizando a
aderência. Uma vez que a imobilização pós-trauma contribui para o aumento da
síntese de colágeno, o gelo pode atuar reduzindo o tempo de imobilização.(4,12,14)
Uma vez que músculos,
tendões e articulações respondem de forma diferente, o melhor método de
aplicação depende do tecido tratado. Lesões agudas são mais bem tratadas com
crioterapia juntamente com repouso, compressão e elevação (RICE). O espasmo
muscular diminui com bolsas frias e alongamento.(4)
O efeito fisiológico do
frio é a redução da atividade do fuso muscular, junção neuromuscular e nervos
periféricos. O gelo reduz a atividade do fuso muscular porque eleva seu limiar
de disparo, fazendo com que a estimulação aferente diminua. Quando o gelo é
aplicado, ocorre estimulação dos receptores térmicos que utilizam a via
espino-talâmico lateral, uma das quais transmite os estímulos dolorosos. O
resfriamento faz com que ocorra um aumento da duração do potencial de ação dos
nervos sensoriais e, conseqüentemente, um aumento no período refratário,
acarretando uma diminuição na quantidade de fibras que irão despolarizar no
mesmo período de tempo. Com isso ocorre uma redução na freqüência de
transmissão do impulso e um aumento no limiar de excitação das células nervosas
em função do tempo de aplicação, ou seja, quanto maior o tempo, menor a
transmissão dos impulsos relacionados à temperatura.(4,5)
Não se sabe ao certo se é
a excitabilidade dos neurônios motores ou a hiperatividade do sistema gama,
mudado no nível do fuso muscular ou da medula espinhal, que é a responsável
pela redução da espasticidade. Porém, é certo que o frio é eficiente na
diminuição da espasticidade pela redução ou modificação do mecanismo do reflexo
de estiramento altamente sensível no músculo.(4,6)
Para certificar-se da
efetividade do resfriamento como meio para reduzir a espasticidade é
aconselhável que seja aplicado frio suficiente para pelo menos reduzir a
temperatura muscular, ou seja, por 25-30 minutos, pois com esse tempo a
temperatura diminui os impulsos excitatórios.(6)
As aplicações com tempo
menor ao referido podem não ser efetiva para atingir tecidos profundos. A
intensidade da crioterapia para reduzir dor e espasmo muscular é de 12 a 15 minutos. Acima de 30
minutos é julgado o começo de ulceração e / ou paralisia do nervo.(6)
Embora relatada a
diminuição da espasticidade e clônus após a aplicação da crioterapia, em
pesquisa fora evidenciado que de 25% a 35% de pacientes não tiveram alívio, e
em alguns, a espasticidade aumentou.(4)
Os efeitos da crioterapia
podem perdurar por um tempo relativamente longo, e os pacientes experimentam
uma capacidade maior de movimentar-se, ao serem liberados das limitações da
musculatura hipertônica. Esse efeito permanece após sua aplicação por cerca de
30 minutos a 2 horas, podendo ser utilizado como um meio facilitador da
cinesioterapia, uma vez que diminui a ação muscular e promove o seu relaxamento.(4)
As baixas temperaturas
utilizadas para reduzir a espasticidade não afetam o feedback sensitivo a ponto
de provocarem grande influencia no treino de habilidades. O resfriamento pode
afetar as fibras gama, a condução nervosa através do nervo periférico
(sensitivo e motor) e a transmissão dos impulsos nervosos através da junção mio-neural.(4)
Os mecanismos de feedback
e feedforward são dispositivos neurais que controlam o movimento, regularizando
situações organizadas como controle postural, estabilidade e equilíbrio,
mobilidade e orientação espacial, temporal e de esquema corporal. Tais
mecanismos são perturbados quando na presença da espasticidade.(4,9,11)
A crioterapia é utilizada
no sistema muscular, principalmente nas patologias neurológicas e nas lesões
esportivas. Segundo Swenson et al, devido a diminuição da temperatura ocasionada
pela crioterapia, ocorre uma diminuição de ação muscular e um relaxamento dos
mesmos, facilitando à diminuição da espasticidade e a realização de exercícios
de cinesioterapia.(6)
Segundo Micholovitz (1996)
o fato que a crioterapia pode mudar a força muscular pode ter explicações
importantes quando pacientes são avaliados e quando estão sendo efeitos planos
de tratamento. A crioterapia de curta duração poderia, talvez, ser usada para
um melhor desempenho do músculo durante o programa de terapia, assim
maximizando o desempenho inicial e das avaliações seguintes em pacientes
durante um programa de terapia. Avaliação de força deveria ser feita antes da
aplicação e após algumas horas da aplicação.(6,7)
Segundo Fanning et all
(1997) após realizarem um estudo experimental em ratos observaram os efeitos da
redução da temperatura na resposta músculo esquelética a agentes indutores de
miotomia. Os autores concluíram que nas temperaturas entre 25 e 15ºC não houve
o desenvolvimento do miotonia, contração lenta, seguida de um relaxamento, que
ocorre nos movimentos voluntários devido a uma excitabilidade e contratilidade
muscular normal, induzida por ácido antracenico-9-carboxilico. Os autores
correlacionaram os resultados com a miotonia congênita quando contrações
miotomicas do músculo adutor do polegar desaparecerem quando a temperatura é
diminuída à 20ºC.(6,18)
Barnes et all ap
Pedrinelli (1993) relata que o efeito inicial do gelo sobre a musculatura é o
aumento da força máxima de pressão de 8,29 % seguida de perda de força de
aproximadamente 14,05 % após 30 min de aplicação da crioterapia.(6,9)
Kottke et alli (1994),
afirma que o clônus desaparece apenas quando a temperatura do músculo é
diminuída após a aplicação da crioterapia, reduzir somente a temperatura da pele,
haverá uma facilitação do neurônio alfa-motor aumentando assim a espasticidade,
sendo muito utilizado pela crioterapia, mais enfocada na massagem com gelo,
para redução muscular.(4)
VI. Conclusão
Ao final das sessões de
fisioterapia associadas à cinesioterapia pode-se confirmar a eficácia do método
de acordo com os achados em outros estudos que compuseram a discussão do
presente trabalho. É importante ressaltar que são necessárias mais pesquisas
que comprovem com precisão a utilização do gelo como recurso terapêutico de
controle da espasticidade. De acordo com o resultado apresentado a eficácia da
crioterapia pode ser mais uma vez comprovada como recurso auxiliar do
tratamento cinesioterapêutico; conforme dados estatísticos. É ideal que novas
pesquisas comprovem a eficácia da crioterapia como recurso auxiliar no
tratamento fisioterapêutico para espasticidade.
VII. Referências Bibliográficas
1. Cardozo DC. AVC: A
importância da fisioterapia precoce com cinesioterapia e CL-Therapy, [periódico
na internet] [acesso em outubro, 2012]; aproximadamente 5. p] Diponínel em: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_sobre_avc_a_importancia_da_fisioterapia_precoce_com_cinesioterapia_e_cl-therapy.
2. BENVEGNU AB, GOMES LA,
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12. Thamé ACF, Pinho PA,
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13. Moraes GFS, Nascimento
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fortalecimento muscular no desempenho motor do membro superior parético de
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14. Senkiio CH, Souza ED,
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Fugl-Meyer no estudo do desempenho funcional do membro superior no tratamento
em grupo de pacientes hemiparéticos por AVE. Fisioter. Bras 2005; 6(1): 13-18.
15. Fuzaro JVS. O papel do
fisioterapeuta nas alterações neurológicas. [Periódico na internet]; [acesso em
2012]; [aproximadamente 4p] Disponível em: http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/neuro/neuro_juliana.htm
16. Scalzo PL, Souza ES,
Moreira AGO, Vieira DAF. Qualidade de vida em pacientes com acidente vascular
cerebral: clínica de fisioterapia PUC Minas Betim. Revista Neurociências. 2010; 18 (2): 139-144.
17. Ribeiro M, Miyazakimh,
Jucá SSH, Sakamoto H, Pinto PPN, Battistella LR. Validação da versão brasileira
da Medida de Independência Funcional.
Acta fisiatr. 2004; 11 (2): 72-6.
18. Cancela DMG. O
acidente vascular cerebral – classificação, principais conseqüências e
reabilitação. [Periódico na internet]; [acesso em 2011]; [aproximadamente 3 p]
Disponível em: http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/TL0095.pdf
19. Maki T, Quagliato EMA,
Cacho EWA, Paz LP, Nascimento NH, Inoue MMEA, Viana MA Estudo de confiabilidade
da aplicação da escala de Fugl-Meyer no Brasil. Revista Bras. Fisioter. 2006; 10(02): 177-183.
20. Teive HAG, Zonta M, Kumagai
Y. Tratamento da espasticidade. Uma atualização. Arq neuropsiquiatr. 1998; 56(4): 852-8.
21. Camara FC, Lima GM,
Fantini G, Macari K, Lucato JRV, Hadad PJ. Efeitos da utilização da crioterapia
e do calor superficial na espasticidade de pacientes com lesão medular. Rev. UNORP São José do Rio Preto.
4(12): 7-23.
22. Gaspar MFAS, Nunes ET,
Nascimento APH, Leite JV. Treinamento do alcance com suporte parcial de peso
nos membros
superiores de pacientes
hemiplégicos. INTELLECTUS – Revista
Acadêmica Digital do Grupo POLIS Educacional 2008; 4(05).
23. Cavaco NS, Alouch SR.
Instrumentos de avaliação da função de membros superiores após acidente
vascular encefálico: uma revisão sistemática. Fisioter pesq. 2010; 17 (2): 178-83.
ANEXO I – Escala de Fugl Meyer

ANEXO II - MIF – MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL
Cuidados Pessoais
|
1. Alimentação
|
2. Cuidados com a aparência
|
3. Banho
|
4. Vestir parte superior do corpo
|
5. Vestir parte inferior do corpo
|
6. Asseio
|
Controle de Esfíncteres
|
7. Esfíncter Vesical
|
8. Esfíncter Anal
|
Mobilidade e Transferência
|
9. Cama, cadeira, CR
|
10. Vaso Sanitário
|
11. Banheira/Chuveiro
|
Locomoção
|
12. Caminhar / CR
|
13. Escadas
|
Comunicação
|
14. Compreensão
|
15. Expressão
|
Cognição Social
|
16. Interação Social
|
17. Solução de Problemas
|
18. Memória
|
Total MIF %
|
Figuras

Gráfico 1. Comparação dos valores pré e pós-intervenção da Escala de
Fugl-Meyer

Gráfico 2. Comparação dos valores pré e pós-intervenção da Medida da
Independência Funcional